19/04/2007

“Monólogo”

Sempre pedi a Deus um amor. Pedia às estrelas, à lua, aos astros. Ficava imaginando o que seria o amor. Iludia-me, mas logo descobria q não era amor. Ficava a imaginar e sonhar com o amor e me perguntava quando iria encontrar o meu amor.

Quando achei que havia me apaixonado, fui desprezado; então tive medo. Os desejos e pedidos se tornaram medo, incerteza e insegurança. Não quis mais saber de amor nem de envolvimento com as pessoas. Quis me vingar, de alguma madeira, da pessoa que me fez sofrer. Fazia com que os outros se apaixonassem por mim e desprezava essas pessoas. Elas pagavam por um crime que não haviam cometido, mas eu não compreendia. Pensava que de alguma forma eu estava aliviando aquela dor e amargura que sentia. Não percebia que aquelas pessoas que eu fazia sofrer estavam se tornando iguais a mim e que elas iriam fazer outras pessoas sofrer. Estava fechando não apenas as portas do meu coração, mas também de todas aquelas pessoas com as quais eu me divertia.

Menti, iludi, enganei. Não quis me envolver. Tive medo de me apaixonar e de amar novamente. Sempre que alguém se aproximava, eu deixava claro que não queria me envolver e quando estava me envolvendo, encontrava uma forma de magoar as pessoas para que elas se afastassem.

Não percebia que fazia mal, não àquelas pessoas, mas a mim.

Passei a usar uma mascara. Eu não era mais eu. Havia construído a imagem que as pessoas iriam ter de mim: simpático, divertido, alegre, de bem com a vida, educado, inteligente, sempre disposto a ajudar, brincalhão e que não tinha problema algum com relacionamentos.

Fiz mal. Chegou uma hora que estava fatigado; que não agüentava mais carregar aquela imagem de intocável, invencível. Precisava de ajuda, mas não havia a quem pedir. As pessoas ao meu redor não conseguiam me ver como alguém que pudesse ter problemas, mas eu os tinha. Senti-me mal com isso. A quem eu iria recorrer? Como diria àquelas pessoas que eu era fraco, que tinha problemas, que tinha medos, que tinha dúvidas? Como dizer para todos que eu não era nada do que elas imaginavam? Queria fugir. Não agüentava mais o peso daquela personalidade que criei pra me esconder. Foi então que eu conheci uma pessoa. No começo, fiz o que sempre fazia: disse palavras bonitas, fui encantador e usei de todos os artifícios para que ela se apaixonasse por mim. Eu sempre me mantendo excluso.

Nessa hora, percebi que tinha me envolvido. O que fazer? Eu não queria sofrer novamente, mas dessa vez, diferente das outras vezes, eu me importava; não queria que essa pessoa sofresse por mim. Meditei, refleti, me isolei. Foi então que decidi parar de fingir; parar de fugir de mim mesmo, dos meus sentimentos, das minhas verdades, dos meus sonhos. Decidi me permitir. Tive medo e receio, mas não iria voltar atrás. Finalmente havia encontrado o caminho de volta para o amor. E respondi a pergunta que sempre me fiz: O que é o amor?

Não sei como explicar, mas sempre que estou longe da pessoa amada, fico triste, as coisas não são interessantes, perdem a lógica, as cores tornam-se desbotadas, as piadas não tem mais graça, os filmes não tem historias, as músicas não são bonitas, até a comida fica sem gosto, o tempo se arrasta, as horas são infinitas e cada segundo que antecede seu encontro parece eterno. Porém, quando estou ao lado do meu amor, tudo muda: uma felicidade repentina me invade, tudo fica mais interessante, sinto-me vivo, as cores são mais vivas, intensas, tudo é engraçado, as pessoas parecem mais bonitas e o dia parece mais ensolarado que de costume; o paladar fica apurado, os filmes são lindos e as músicas parecem ter sido todas feitas para nós. O tempo voa e, quando vejo, já é hora de dizer tchau, então tudo volta ao principio e o que me deixa feliz é a certeza de que em breve estarei junto do meu amor novamente que tudo será lindo mais uma vez.

Hermilson Santos Sousa

3 comentários:

  1. Você está realmente amando hermé-ilson chatinho? Será que não é fogo de palha? (...)Calma isso aí foi para te deixar pensativo...deixa estar pois quando eu amar alguém...=p

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Hermilson passa lá e comenta!

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