21/02/2011

DUAS BOLAS, POR FAVOR


6a00d83451cc7469e20148c77270a0970c-500wiNão há nada que me deixe mais frustrado do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido.
Uma só.
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta. Tem vontade de ficar em casa vendo um dvd, esparramado no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí, a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo “errado”.
Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridículo, inadequado, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.
Um dia...
Não tem que ser agora.

 

Texto adaptado, original: Danuza Leão

20/02/2011

Se você vai embora…

Conte-me: O que fará depois que experimentar seu corpo pela primeira vez?
E quando sua curiosidade travessa morrer?
E quando você memorizar todos seus denguinhos?
Quando isso acontecer, nao pense em voltar, pois eu já não estarei aqui no mesmo lugar.
E quando perceber ele tem a testa pequena e que não escova bem os dentes... so te sobraram alguns centavos no bolso e logo estará sozinho.
Sei que vai chegar o dia que ele lhe deixará em pedaços; sem travesseiros chorar. Mas se você decidiu que não me quer mais... Nada agora pode importar!
Porque sem você, o mundo já me é o mesmo.
Se você vai embora, meu céu ficará cinza. Mas nao precisa voltar por mim, pois lembro que me trocou por aquele bruxo, magrelo, pedaço de couro... Então, não volte nunca mais!
Porque eu não estarei aqui.
Toda vassoura nova sempre varre bem, mas logo verá as cerdas desgastarem. As rugas lhe cortarão a pele e a celulite invadirá suas pernas. Você voltará de seu inferno, com o rabo entre as pernas, implorando uma vez mais.
Mas para isso... Eu estarei um milhão de noiteslonge desta enorme cidade. Longe de você.

14/02/2011

Valentine’s Day: Homenagem ao amor…

netlegfgHoje quero fazer uma homenagem ao amor, nosso amor.
Ja que quase ninguém se entrega a uma paixão de verdade, como nós o fazemos.
Já que ninguém mais topa viver um amor louco, como o nosso.
Já que as pessoas nao amam mais sem ter uma boa razão...
Já que o lado prático da vida dominou a paixão; decidi, então, homenagear o nosso amor.
Decidi fazer essa justa homenagem porque hoje tudo tem que fazer sentido; porque, nos dias atuais, apaixona-se porque o cara é um bom sujeito; apaixona-se porque os amigos dizem que tem que ser assim; apaixona-se por causa da casa, por causa do carro, do patrimônio... Porque o parceiro é politicamente correto, bonzinho, ideal.
O amor passou a ser combinado, os amantes tornaram-se sócios. O amor transformou-se em algo psico-socio-bio-ecologico de camaradagem.
A paixão, que deveria ser desmedida, é hoje somente na medida do possível.
O amor tornou-se uma pratica. O resultado é que, invés de se apaixonarem de verdade, ficam praticamente apaixonados.
Por isso quero louvar o amor puro, o amor cego, o amor estúpido, o amor doente, afinal o verdadeiro amor, o meu amor...
Esse que não tem lógica, não tem razão, que atropela e que por isto mesmo nos torna seres humanos.
Esse não pode se render a conchavos. O amor é para se jogar de cabeça e ver depois as conseqüências.
Fora com os novos padrões comportados, com o jeitinho; porque estes assassinam o amor.
O amor puro não é um meio ou um fim, o amor puro é uma condição. Faz parte do nosso ser; é um estado de quem o sente.
Por isto a ilusão é necessária, a ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser...
O amor é uma coisa e a vida é outra. A realidade pode matar o amor, então a vida que se lixe!
Durante a vida, é o amor que nos acompanha, é o nosso amor que nos da força para continuar.
A vida é uma coisa o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não; ele transcende. E só um mundo de amor pode durar a vida inteira.
E valê-la também.

04/02/2011

A menina e o pássaro

6a00d83451cc7469e200e5506432ad8834-800wi Era uma vez uma menina que tinha um pássaro encantado.
Ele era encantado por duas razões: Não vivia em gaiolas e era livre.

Vinha quando queria, quando sentia saudades...
E sempre que voltava, suas penas tinham cores diferentes.
As cores dos lugares por onde tinha voado.
Certa vez voltou com penas imaculadamente brancas e contou histórias de montanhas
cobertas de neve. Outra vez, suas penas estavam vermelhas e contou histórias de desertos incendiados pelo sol.
Era grande a felicidade quando eles Estavam juntos. Mas sempre chegava a hora do pássaro partir...
A menina chorava e implorava:
- Por favor, não vá. Terei saudades, vou chorar.
- Eu também terei saudades, - dizia o Pássaro - mas vou lhe contar um segredo! Eu só sou encantado por causa da saudade. É ela que faz com que minhas penas fiquem bonitas... Senão você deixará de me amar.
E partiu.
A menina, sozinha, chorava.
Uma certa noite, ela pensou consigo:
- E se o Pássaro não partir? Seremos felizes para sempre! Para ele Ficar, basta que eu o prenda numa gaiola.
E assim o fez.
A menina comprou uma gaiola de prata; a mais linda que encontrara.
Quando o pássaro voltou, eles se abraçaram, ele contou histórias e adormeceu.
A menina aproveitou o seu sono e o engaiolou.
Quando o pássaro acordou, deu um grito de dor:
- Ah ! O que você fez? Quebrou o encanto! Minhas penas ficarão feias e eu esquecerei das histórias. Sem a saudade, o amor irá embora...
A menina não acreditou. Achou que ele se acostumaria. Mas não foi isso o que aconteceu.
Caíram as plumas e as penas transformaram-se em um cinzento triste.
Não era mais aquele o pássaro que ela tanto amava...
Até que ela não mais agüentou e abriu a porta da gaiola.
- Pode ir, pássaro. Volte quando você quiser...
- Obrigado - disse o pássaro - irei e voltarei quando ficar encantado de novo.
Quantas vezes aprisionamos a quem Amamos, pensando que estamos fazendo o melhor?
Pense. Deixar livre é uma forma singela de ver, ter...
Direcione o seu amor não para a prisão e sim para a conquista, sempre.

03/02/2011

Finalmente: Sale el Sol

 

Depois de muita espera e angústia, presentamos em primeira mão, o novo video clipe de Shakira: sale el sol!

02/02/2011

Ame e dê vexame

gay-love -84-8 Você ama aquela petulante.

Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu.

Você deu flores que ela deixou a seco, você levou para conhecer a

Sua mãe e ela foi de blusa transparente.

Então?

Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, seu beijo é viciante e você adora brigar com essa pessoa e ela adora implicar com você.

Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste.

Ele diz que vai ligar e não liga.

Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha.

Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Por que você ama este cara ?

Ah, o amor, essa raposa. quem dera o amor não fosse um sentimento e sim uma equação matemática:

Eu, linda + você, inteligente, igual a dois apaixonados. mas não funciona assim.

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem.

Caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.

O amor não obedece à razão.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá ou pelo tormento que provoca.

Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó.

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é.

(Roberto Freire)

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