04/02/2011

A menina e o pássaro

6a00d83451cc7469e200e5506432ad8834-800wi Era uma vez uma menina que tinha um pássaro encantado.
Ele era encantado por duas razões: Não vivia em gaiolas e era livre.

Vinha quando queria, quando sentia saudades...
E sempre que voltava, suas penas tinham cores diferentes.
As cores dos lugares por onde tinha voado.
Certa vez voltou com penas imaculadamente brancas e contou histórias de montanhas
cobertas de neve. Outra vez, suas penas estavam vermelhas e contou histórias de desertos incendiados pelo sol.
Era grande a felicidade quando eles Estavam juntos. Mas sempre chegava a hora do pássaro partir...
A menina chorava e implorava:
- Por favor, não vá. Terei saudades, vou chorar.
- Eu também terei saudades, - dizia o Pássaro - mas vou lhe contar um segredo! Eu só sou encantado por causa da saudade. É ela que faz com que minhas penas fiquem bonitas... Senão você deixará de me amar.
E partiu.
A menina, sozinha, chorava.
Uma certa noite, ela pensou consigo:
- E se o Pássaro não partir? Seremos felizes para sempre! Para ele Ficar, basta que eu o prenda numa gaiola.
E assim o fez.
A menina comprou uma gaiola de prata; a mais linda que encontrara.
Quando o pássaro voltou, eles se abraçaram, ele contou histórias e adormeceu.
A menina aproveitou o seu sono e o engaiolou.
Quando o pássaro acordou, deu um grito de dor:
- Ah ! O que você fez? Quebrou o encanto! Minhas penas ficarão feias e eu esquecerei das histórias. Sem a saudade, o amor irá embora...
A menina não acreditou. Achou que ele se acostumaria. Mas não foi isso o que aconteceu.
Caíram as plumas e as penas transformaram-se em um cinzento triste.
Não era mais aquele o pássaro que ela tanto amava...
Até que ela não mais agüentou e abriu a porta da gaiola.
- Pode ir, pássaro. Volte quando você quiser...
- Obrigado - disse o pássaro - irei e voltarei quando ficar encantado de novo.
Quantas vezes aprisionamos a quem Amamos, pensando que estamos fazendo o melhor?
Pense. Deixar livre é uma forma singela de ver, ter...
Direcione o seu amor não para a prisão e sim para a conquista, sempre.

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