Deveria ser eu

Todos estão rindo nas minhas costas.
Ouvi dizer que existe outro em meu lugar.
Você faz com ele o que fazia quando estava comigo?
Ele o ama como eu o amava?
Você esqueceu de todos os planos que fez comigo? Porque, amor, eu não esqueci.
Deveria ser eu segurando a sua mão; deveria ser eu fazendo você sorrir; deveria ser eu sentindo o seu beijo; deveria ser eu comando presentes; deveria ser eu, eu!
Isso é tão triste!
É tão errado, não posso ir em frente sem você acreditar que deveria ser eu. Você disse que precisava dar um tempo dos meus erros; é engraçado como  usou esse tempo pra me substituir.
Você achou que eu não ia vê-lo levar ao nosso lugar. Olha o que está fazendo; está levando ele para onde a gente ia.
Agora, se você está tentando me magoar, está funcionando, porque você sabe que deveria ser eu...

De repente

E de repente o passado parece tão presente.
E de repente as lembranças de como eu era feliz me parecem tão recentes.
E de repente uma estranha saudade e melancolia me parecem tão minhas.
E de repente me sinto como alguem que perdeu tudo... alguem que busca reviver o passado como se ele ainda fosse presente. Como se as pessoas que dele fizeram parte podessem regressar; podessem fazer parte do meu presente.
E de repente sinto falta do toque, do carinho, do afago, das doces palavras, da meiguisse do olhar...
E de repente queria tanto voltar atrás e não cometer os mesmos erros, não fazer as mesmas coisas, não dizer as mesmas palavras.
E de repente me sinto como alguem que perdeu e não sabe mais como recuperar.
E de repente me sinto velho e cansado.
E de repente perco o ânimo e a vontade de lutar.
E de repente me sinto tão só...
E de repente sinto que ainda te amo...

Decepção

Você ja parou pra pensar que pode nao conhecer verdaideiramene as pessoas que estão ao seu lado?
Ja parou pra refleitir a respeito de elas nao serem quem dizem ser?
As pessoas sempre nos decepcionam, sempre mostram a gente um lado que não conhecíamos. O lado negro, o lado feio, sujo, torpe, mal...
E o mais impressionante é que isso vem sempre de quem nós menos esperamos: familia, amigos, namorados, esposas, maridos...
É como um soco no estômago!
Está tudo bem e de repente, não mais que de repente, tudo desaparece. A expressão do rosto muda, a ternura vira rancor, o amor vira ódio, as palavras doces se transformam em facas afiadas indo diretamente em seu peito. E a pessoa e achavamos que conheciíamos tão bem quanto a nós mesmos, nos surpreendem com revelações que mudam o rumo de nossas vidas completamente; com fatos que nem sonhavamos que poderiam ter acontecido; com verdades que jamais seriam reveladas e com mentiras que juravamos ser verdades.
E nesse momento surge a pergunta: "Quem é você, afinal?
Quem era a pessoa que estava ao seu lado o tempo todo?
Era uma mentira, uma farsa, um ator vivendo em uma peça de teatro?
Ela era realmente quem ela dizia ser?
Em seguida somos tomados por um sentimento estranho... Um misto de decepção com alívio; de raiva com alegria...
Mas ao mesmo tempo nos sentimos descrentes daquilo que sentimos. As vezes sentimos medo, as vezes raiva, outras vezes nos sentimos tolos por acreditar, por confiar, por amar, por seguir adiante, por tentar fazer valer a pena.
Nos sentimos idiotas por acreditar no amor, nos sentimentos de amizade, companheirismo, fraternidade, autroísmo.
Nos sentimos maus por sermos bons. Mas aprendemos com nossos próprios erros. Adquirimos experiência, nos tornamos fortes, nao perdemos a confiança e, porque não, voltamos a acreditar nas pessoas. Mesmo sabendo que iremos nos decepcionar, que elas nos farão sofrer, que irão mentir, iludir, enganar e usar de má fé.
Mas o que importa se eles vão vazer isso conosco?
Nós somos bons! Nós temos capacidade de amar! Nós acreditamos no amanhã; nos sorrisos, mesmo que falsos; nas juras de amor, mesmo que passageiras; nos olhares e compaixão; no segurar de mãos; no dormir abraçado; no levantar coberto de beijos; na paz de acreditar que estamos fazendo o melhor.
É isso que nos motiva, é isso que nos leva adiante e é isso que nos faz acreditar que pode sim haver pessoas como nós; que nao irão fazer nada do que os outros fizeram e que vão, sim, ser como nós somos e que realmente as conheceremos como conhecemos a si mesmos!