Espero sentado

Marco em meu relógio sempre que passa e te espero sentado, na esquina de sempre. Desta vez, mais arrumado do que numa sexta-feira a noite.
Nenhum encontro foi marcado anteriormente, mas tenho a plena intuição de que te verei. Tenho olheiras, mas meus olhos não param de olhar para os lados e, no escuro da noite, perdi as idéias buscando mais ecos dentro deste eco.
Buscando uma luz no meio deste céu.
Meu céu, meu céu... Pobre de meu céu!
O relógio é meu inimigo; ele planejou meu fim. E aqui estou, como sempre pensando em você.
Minhas mãos? As guardo, porque tenho frio. Mas elas se sentem estranhas dentro do bolso.
Já passou mais de uma hora e meia você não apareceu.
É, meu instinto falhou. Mas é que meu instinto não sabe de amores. Fico rodando e rodeando sua sombra, mas não é sua sombra. Definitivamente, meu instinto falhou! É que meu instinto não sabe viver a vida sem você.
É algo como morrer.
É caminhar sem olhar.
Como cantar sem ouvir.
É falar sem respirar.
É comer sem digerir.
Porque eu descobri que você tem a forma perfeita e a media exata, justa para mim.
E é assim...